sexta-feira, 16 de março de 2007

A Natureza Feminina


Não sei como descrever.
Mas quando a noite recai sobre minha cabeça.
É quando eu a encontro.
Em seu estado quase perfeito.
Quieta e silênciosa como um lago sem vento.
De tanto verde me perco em sua floresta.
Suave e curvilinea é a silhueta de seus frutos.
Dos mais importantes acima vejo um destaque.
Como duas luas refletindo na luz da lagoa.
Duas corujas observadoras brilhando no escuro.
Abaixo de suas frondosas copas.
De seus troncos e cipós castanhos claros.
Sua uniformidade é quase perfeita.
Exala o mel arómatico ao longo da noite.
Seu doce atrai bichos, animais e insetos.
Que a respeitaram com animosidade.
Todo seu explendor e sua unidade.
Porém atraiu também muitos homens.
Que tão pronto quiseram
Um pedacinho dela como lembrança.
E por isso ela já não se encontra tão bela.
Invasões ocorreram sem resistências.
Estes abusaram e maltararam.
Destruíndo e cortando suas árvores essenciais.
Bloqueando suas raízes e sua confiança.
Machucando e ferindo sem perdão.
Doeu muito deixando-a perdida na imensidão.
Sua integridade são apenas partes de uma unidade.
Que separadas já não brilham com a mesma intensidade.
Suas copas divididas balançam junto ao vento pelo constante medo.
Medo de que mais clareiras sejam abertas.
De um novo ataque surpresa.
Que destrói novamente suas inocências
Construíndo mais muros, prédios e residências.
Tentando em vão acreditar que sozinha conseguirá.
Mas que por si só sabemos que já não será.
Esperançosos para que suas copas respirem e cresçam.
Novas árvores e bosques floresçam.
Porém não se completará sem a ajuda de um novo plantio.
Do próprio homem que a invadiu.

Thiago Bender 09/02/2007 – Autoria Própria

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